02 de Outubro de 2023
Olhar Brasília

Hélio Montferre

Helio Montferre 1600
Saúde

Homeopatia e Alopatia

Tempo de leitura: 3m e 20s

Os dois tratamentos podem atuar juntos no bem-estar dos seus filhos. Já há profissionais que utilizam as técnicas combinadas.

Era perto do Natal, quando o pequeno Mateus, de 1 ano e meio, teve pneumonia. Ele se recuperou em tempo de brincar com os presentes, mas não completamente. Uma insistente tosse permaneceu por meses. Depois de várias idas a médicos, a mãe, Samantha Fukuyoshi, 29, encontrou na homeopatia um novo aliado para a saúde do seu bebê. E descobriu que a alopatia, método digamos tradicional de tratamento, e a homeopatia podem atuar juntas, serem complementares nos cuidados de crianças e adultos.

Achei a consulta com a homeopata bem diferente. A médica me perguntou sobre características e personalidade do meu filho, além de examiná-lo da forma rotineira.”

Foi receitado um remédio homeopático diluído para Mateus tomar em gotas diariamente. Samantha conta que, aos poucos, já vê resultados. Animada, diz que pretende manter a homeopatia na vida do filho junto do acompanhamento que seu pediatra já faz.

Resfriados, constipações, crises alérgicas são comuns nas crianças, que ficam mais vulneráveis, pois estão entrando em contato com um universo novo e rico em bactérias, micro-organismos. Seus sistemas imunológicos só terminam de se formar aos 2 anos de idade e reagem para ganhar resistência ao ambiente. “A gente fica angustiada em ver nosso filhote sofrendo. Bom descobrir que temos mais formas de proteger a saúde deles”, diz Samantha.

Na Gestação
A mãe, ainda na gestação, pode fazer o acompanhamento por meio da homeopatia, explicam os médicos. “Desde a vida intrauterina, a gestante pode iniciar o acompanhamento do filho e prosseguir ao longo do desenvolvimento da criança”, aponta a pediatra Regina França. Médica há 20 anos, formada pela Universidade de Brasília (UnB), ela é especialista em recém-nascidos e utiliza tanto a alopatia quanto a homeopatia nos tratamentos. Regina afirma que as duas áreas podem convergir para o bem-estar dos pacientes. “A homeopatia pode ser indicada em inúmeras situações, como um processo preventivo, e para tratamento das mais diversas doenças que têm maior incidência na infância, processos alérgicos”, explica. Distúrbios de sono, baixa imunidade, transtorno de comportamento e problemas respiratórios também podem ser tratados com homeopatia.

“Desde a vida intrauterina, a gestante pode iniciar o acompanhamento do filho e prosseguir ao longo do desenvolvimento da criança”

Regina se divide entre as consultas como homeopata no Hospital da Criança e os atendimentos como alopata na pediatria do Hospital de Base. Ela associa os dois tipos de tratamento. “Se eu vejo que a criança está recebendo o tratamento homeopático, mas não apresenta melhora, entramos com a alopatia”, conta.

Há um tempo, alguns médicos alopatas tinham um certo preconceito em relação ao tratamento com homeopatia. Muitos ainda acreditam que a fundamentação da prática está toda feita apenas em placebos (substâncias sem propriedades farmacológicas, administradas como se tivessem fins terapêuticos). “É uma especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina há mais de 20 anos. Já consta nas recomendações do Sistema Único de Saúde (SUS), também não há mais motivos para que os profissionais desconheçam o benefício da homeopatia”, defende Regina.

Aprovado
A especialidade foi criada pelo médico alemão Christiano Samuel Hahnemann no século 19. Nessa forma de cuidar do paciente, ele é enxergado a partir da visão vitalista, ou seja, como um todo, em que se leva muito em conta fatores psicológicos e características de personalidade.

O tratamento homeopático foi aprovado pela Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006, após pesquisa com pacientes que utilizavam o SUS em um popular bairro em Salvador (BA) que já oferecia o tratamento homeopático desde 1986. No estudo, constatou-se a importância da especialidade para a população.

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