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Se, nesse processo, te lançarem olhares duvidosos e debochados, rebata com o farol afiado de quem sabe como transformá-los em pedra. E de pedra em pó.
Medusa jorra o elixir da vida eterna, é a guardiã, o símbolo da sabedoria feminina, protetora, imagem usada para afastar espíritos maus na Antiguidade. Porém, é mais conhecida como um monstro. Aquele que se vir diante dela vira pedra. E quando a gente se depara com ela na vida real? Sim, ela existe. E eu a enfrentei debaixo da água, nadando numa piscina. Toda vez que sinto um sufocamento psicológico, um estresse, me jogo na água. Ali, minha cabeça se acalma. Nadando, converso muito comigo mesma. Numa dessas vezes, uma angústia muito forte me revirava.
Foi quando me deparei com o reflexo de Medusa. Vertigem. Ela vai me sugar para baixo e me afogar, quase me petrifica. Fugir ou enfrentar? Atacar ou se render? Decidi me aliar a ela. Acolher aquela mulher. Não desviar os olhos. Encontrei nela poder. Ela me inspira e diz: use seu conhecimento, seu passado a seu favor, sua experiência como espada para abrir seu caminho. Se, nesse processo, te lançarem olhares duvidosos e debochados, rebata com o farol afiado de quem sabe como transformá-los em pedra. E de pedra em pó.
Medusa pode ser nosso apego ao passado, pode ser uma depressão que nos ronda ou uma grande decepção de vida, a resistência em relação à maturidade. Um rito de passagem que evitamos. Enfim, se ficarmos fixados nisso, viramos pedra, estátua mesmo.
Perseu, o herói da mitologia grega, teve que enfrentar Medusa. Somos todos e todas Perseus. Enfrentando monstros com serpentes na cabeça em nosso caminho da vida. Precisamos saber lidar com ela. Medusa pode ser nosso apego ao passado, pode ser uma depressão que nos ronda ou uma grande decepção de vida, a resistência em relação à maturidade. Um rito de passagem que evitamos. Enfim, se ficarmos fixados nisso, viramos pedra, estátua mesmo.
Então, aqui, está a resposta para quem me sondou sobre a foto na piscina que ilustra o cabeçalho do blog (risos). Sim, é simbólico. A foto foi feita por uma doce jovem guerreira, Jéssyca Melo. Minha heroína do dia (foto ao lado). Publicitária, de 28 anos, da geração Brasília, ela adora fotografar a paisagem da cidade e suas pessoas. Ela me deu de presente a foto na água entre muitas risadas e algumas cervejas, numa deliciosa tarde no clube, à beira do Lago. Um dos meus cantos favoritos da nossa terrinha “brasília”.
PS – Medusa, te respeito e te tenho em mim. Não te demonizo, te cuido.
5 Comentários
Viviane da Rocha Spiegel
09/06/2017 at 16:23Bravoooo , que maravilha !!!
Já fui Perseu , enfrentei minha Medusa e aprendi que a vida faz mais sentido quando encaramos e desmistificamos mitos receios e medos ! Que texto sensacional , muita sabedoria contida nas entrelinhas. Parabéns Jessyca Mello pela bela foto ! PARABÉNS SAMANTA , BELÍSSIMO TEXTO !
Suelly Faria da Rocha Spiegel
10/06/2017 at 10:33Parabens pelo texto, Samanta! Adorei! Ja enfentei muita coisa nesta vida e consegui ir em frente com toda a minha força. Texto inspirador e inteligente.
Rose Paz
10/06/2017 at 12:40Que texto sensacional, Parabéns. Amando tudo.
Carmen Morici Crego
12/06/2017 at 06:50Linda Metafora!!!! Como fica mais fácil usar a fantasia para enfrentar nossos “monstros”. O recurso da palavra que você tem, e dom Divino, Samanta!!!! Aproveita!!!!!!!
Daina Diniz Machado
12/06/2017 at 18:50Muito boa sua análise, Samanta, gostei muito. Parabéns