Hoje me despeço da minha coluna na CBN, depois de quatro anos entrando na vida das pessoas pelas ondas do rádio.
O ano era 2013 – parece que foi ontem – o país fervia em manifestações difusas. Não era só pelos 20 centavos, mas alguém sabia exato por quê? E tanta coisa viria depois…
Eu, que já estava novamente namorando o jornalismo depois de um período afastada, procurei o Estevão Damazio e disse que queria voltar de vez. Não para o dia a dia, mas para um desafio diferente que me faria quebrar a tradição de nunca usar a primeira pessoa.
Estevão, profissional de primeira grandeza e colega de rua em muitas coberturas, foi acolhedor e de cara me ofereceu: ‘Você é a pessoa perfeita pra comandar o Mais Brasília!’ Mergulhei de cabeça na nova empreitada, com frio na barriga de ser colunista pela primeira vez, mas como um brilho nos olhos que só um projeto novo nos traz.
O caminho foi de descobertas, conquistas e muito aprendizado. Experimentei novamente a magia do rádio, com seu imediatismo e sua interatividade. O que você fala em um segundo já está reverberando, recebendo apoio ou críticas. É tempo real, é dinâmico, é provocante – é rádio!
A coluna Mais Brasília me deu a chance de começar a construir um novo caminho dentro do jornalismo, voltado à Brasília real, à cidade que existe independentemente da política e do poder. Foi ali no estúdio da rádio que comecei a enxergar claramente que existia essa lacuna e que eu queria muito ajudar a preenchê-la.
Tempos depois, numa conversa com o meu amigo Joelson Maia, surgia a ideia do Distrito Cultural, e mais pra frente, numa outra conversa, com Samanta Sallum, decidimos dar vida ao site Olhar Brasília. Tudo convergiu para esse norte na minha bússola profissional. Minhas raízes brasilienses me puxavam pra essa estrada.
Hoje é a minha última coluna Mais Brasília. Por quê? Porque os ciclos se fecham e outras portas se abrem. Porque a vida é movimento. Porque há um conceito no budismo que diz: nada é permanente, a não ser a própria impermanência das coisas.
Mas a minha despedida da CBN não tem o gosto salgado das lágrimas, e sim um imenso sentimento de gratidão. É só dar uma olhada nas fotos que registraram essa jornada pra entender o quanto tenho a agradecer!
Confira minha retrospectiva Mais Brasília!
- Com Philippe Seabra no talk show sobre rock
- Com Marcos Pinheiro no talk show sobre rock
- Com as queridas Gabis: Julie e Echenique
- Com Estevão Damazio e Digão do Raimundos
- Com os irmãos Bertoni da Banda Scalene
- Com Guilherme Reis, Murilo Grossi e Estevão Damazio
- Com a cantora Célia Porto
- Falando sobre Brasília
- Com Ricardo Pipo dos Melhores do Mundo
- Com o pessoal do Móveis Coloniais de Acaju
- Com o colunista Weimar Pettengill
- Com Jovane Nunes, Gustavo Bertoni e Estevão Damazio
3 Comentários
Sandra Beatriz
28/06/2017 at 16:08Vou sentir muita falta!
Eugênio Giovenardi
03/07/2017 at 16:13Longa e profícua participação cultural.
Vamos Olhar Brasília. Ela merece nossa permanência sabendo da impermanência das coisas. Somos todos impermanentes.
Marcia Zarur
23/07/2017 at 20:23E já que somos todos impermanentes, que a luta pela preservação de Brasília fique como legado para as próximas gerações. Muito obrigada pelo comentário!