Sinais de alerta gritam pela saúde do Lago. Só esta semana foram dois!
Primeiro a morte de centenas de peixes no Rio Paranoá, que é a continuação do Lago. Nem tínhamos nos recuperado desse susto, veio outro: a qualidade da água no Deck Sul, recém-inaugurado, está imprópria, inclusive com a presença excessiva da bactéria que causa cólera e pode matar.
Passei o dia ontem conversando sobre o assunto e pedindo informações aos órgãos responsáveis. ADASA, Caesb, Ibram, Novacap. Recebi uma penca de notas burocráticas e explicações pouco convincentes.
Na mortandade dos peixes, o Ibram afirma que os fiscais foram ao local para tentar descobrir o que aconteceu, mas ainda não têm uma resposta. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal, a ADASA, diz que os órgãos do governo ainda estão investigando o que houve.
A água que passa do Lago para o Rio é controlada por comportas da barragem, que ficam a cargo da CEB. Após a morte dos peixes, as comportas foram abertas para aumentar o nível do rio. Só depois que piaus, lambaris e cascudos morreram, aos montes.
Quanto à poluição excessiva da água no Deck Sul, quem respondeu foi a Novacap, afirmando que vai dar todos os esclarecimentos à Justiça, já que o Ministério Público pediu a interdição da área. A Novacap insiste que executou a obra de forma correta, que a vegetação retirada foi substituída por outras mudas de árvores do Cerrado e que plantou grama também. Mas o MP aponta, além da contaminação da água, o descumprimento de licenças ambientais, mau cheiro, erosão e assoreamento.
Uma pena, porque o lugar é uma ótima opção de lazer. Mas desde que não comprometa o meio ambiente, claro!
“É preciso haver transparência. Não queremos informações técnicas, queremos a realidade”, pede o acadêmico do Instituto Histórico e Geográfico do DF Eugênio Giovenardi. Ele já vem alertando há tempos sobre os riscos que o nosso Lago corre. (Leia também: Lago Paranoá – futuro incerto)
“O Lago é a concentração de água poluída que vem das nascentes, por isso é fundamental investir águas acima, pois estamos vivendo um dos piores cenários das águas em Brasília”, ressalta o professor. “É a vegetação que limpa a água. O Cerrado tem 60 milhões de anos em experiência em purificar a água, então é primordial que seja preservado!”
O professor Giovenardi é mais um que reclama da surdez dos gestores. “A sociedade civil está sedenta para participar, mas, quando a gente procura, as portas estão fechadas.”
5 Comentários
Maria Cecilia Cattini
06/07/2017 at 12:05Muito triste…
Marcia Zarur
23/07/2017 at 20:21Muito triste mesmo! A população precisa acompanhar de perto esta situação.
Marcela
06/07/2017 at 19:52Que dó!
Sandra Beatriz
07/07/2017 at 05:35Muito preocupante!
Marcia Zarur
23/07/2017 at 20:17O descaso com a qualidade do nosso Lago é realmente muito preocupante.