A vitória do verde pode não ter passado de uma ilusão! Anunciada há menos de 1 mês pelo Governo do Distrito Federal, a suspensão da obra da comercial da 207 Sul parece que não deu em nada. Os tapumes permanecem e a movimentação no local continua, para indignação dos moradores. Eles defendem a preservação da área verde com árvores que fazem parte do patrimônio ecológico da cidade.
O GDF teria que indenizar o proprietário ou oferecer outro terreno. A obra na 207 Sul é na área destinada ao Restaurante Unidade Vizinhança (RUV). Apesar de não ser ilegal, é criticada por arquitetos e urbanistas. E os moradores alegam que mais um comércio não atende às necessidades da comunidade. “O interesse público deve prevalecer sobre o privado. Conseguimos mais de 700 assinaturas, não é uma reivindicação apenas dos moradores, já se tornou um sentimento comum da cidade a preservação desse bosque”, diz Ismar Lobo, prefeito da 206 Sul.
Os moradores já voltaram a se mobilizar depois de perceberem que o anúncio do governador está ameaçado de se concretizar. Hoje, eles organizaram um “café pelos Ipês” da 207 Sul, na Padaria Pão Delícia, a partir das 19h. E também voltam a se reunir no fim de semana em frente aos tapumes, para fazer mais um manifesto contra a obra. A suspensão havia sido muito comemorada pelos moradores da região. “Vamos nos reunir este fim de semana para cobrar uma resposta oficial e definitiva do GDF”, reforça Ismar.
Murilo Marques, do movimento O Verde é Nosso SOS 207, defende a possibilidade de que o governador decrete a área de interesse público, sem custo imediato, para posterior desapropriação.
Nós do Olhar Brasília abraçamos essa causa. Entendemos que a cidade precisa ter espaços de convivência e que a qualidade de vida da nossa capital depende diretamente disso. Além de se acabar com um espaço verde, utilizado para os passeios dos moradores, obras como essa impactam ainda mais o trânsito da cidade. O que é isso, minha gente?!
O governo enviou uma nota ao Olhar Brasília hoje, 8/7, que diz o seguinte: “A Ordem de Serviço nº 47, publicada no Diário Oficial de 14/6, determinou a suspensão do alvará de construção da obra na 207 Sul. Já a Ordem de Serviço nº 56, de 3/7, estabeleceu o recuo do cercamento do canteiro de obras. A movimentação observada no local esta semana foi decorrente do trabalho feito para recuar os tapumes e colocá-los no limite do lote”.
Vamos continuar de olho!
2 Comentários
Renato
10/07/2017 at 13:33Renato: Sua rabugice é apenas para manter seus privilégios e de alguns outros poucos. Afronta e desacata a lei, com “chantagens” como… cadeirantes, idosos e pedestres que estariam sendo “prejudicados”. É o mesmo que proibir uma reforma no apartamento do vizinho. Incomoda, mas ele tem direito de fazer, dentro dos horários definidos pelo condomínio. Provavelmente, você gostaria de proibir a venda de carros para diminuir os congestionamentos. Mas o seu carrão deve estar lá na sua garagem. Deve reclamar que cortam seu salário quando ultrapassa o teto. Defende apenas a manutenção de seus privilégios ou tem interesses políticos.
Todos os seus argumentos para a não construção do RUV são temporários e de fácil solução. As calçadas estão ou estarão lá, as árvores podem ser replantadas várias vezes mais das que precisarem ser removidas. Por que não se negocia com o construtor para ele construir um parque para crianças e ou idosos? Tudo vai estar ou voltar a ser igual ou melhor do que está atualmente, com benefícios para todos. Por acaso você pensou nos empregos gerados durante e depois da obra? Pergunte a algum desempregado a opinião dele. Pergunte a algum juiz sobre o respeito à lei.
Marcia Zarur
10/07/2017 at 16:02Lamentamos o tom desnecessariamente agressivo do comentário, procurando personalizar um interesse que é coletivo. O Olhar Brasília, durante a cobertura afirmou que a construção dos RUVs é legal, assim como é legítima a manifestação dos moradores. Também destacamos no texto “Ameaça dos Ruvs” (leia aqui: https://www.olharbrasilia.com/2017/06/15/ameaca-das-ruvs/) a importância das atividades comerciais para a cidade, como a geração de empregos. Não temos nenhum integrante da equipe que resida na Asa Sul, mas temos uma linha editorial em defesa do verde e da qualidade de vida. Acreditamos que os empregos gerados na construção serão os mesmos, independentemente da área em que será erguida a construção. Em momento algum pregamos qualquer afronta ou desacato à lei, mas uma solução negociada entre as partes envolvidas, sem prejuízos ao empresário e aos moradores. Nesse caminho foi aventada a possibilidade de permuta do terreno por um lote em outra área. Acreditamos antes do tudo no diálogo.