Por Marcia Zarur
Quem, na infância, não viajou no aviãozinho vermelho com o Fernando de Érico Veríssimo, ou mergulhou no Reino das Águas Claras com a Narizinho de Monteiro Lobato, não sabe o que perdeu… Mas nunca é tarde!
Os livros abrem um universo novo de aventuras e descobertas indescritíveis. E a experiência é completa quando o escritor, além de criar esse mundo fantástico, te conduz numa leitura afetiva. Alessandra Roscoe faz isso há três anos com públicos muito específicos do Distrito Federal. São bebês, idosos, pessoas com necessidades especiais ou em situação de vulnerabilidade social.
O Uniduniler todas as letras, Festival Itinerante de Leitura, já reuniu mais de 30 escritores, ilustradores e mediadores de leitura, visitando creches, asilos, hospitais e casas de abrigo, levando o prazer da leitura para mais de 6 mil pessoas.
Alessandra Roscoe perdeu a conta dos momentos emocionantes para o público e para ela. “Uma senhorinha, de mais de 90 anos, depois da ação do festival, me pediu, além do beijo, para deixá-la morrer, dizendo que estava tão plena depois das leituras que não precisaria viver mais nada”, conta Alessandra.
“São muitas histórias, uma das que mais me comoveu foi na Casa Abrigo. Eu fazia a leitura de um livro sobre o mar com mães e bebês de até 3 anos. Criamos com tecidos um mar imaginário, e naquele ambiente árido de pessoas expulsas da própria vida por conta da violência, sugeri que, como os náufragos que depositam em garrafas sua fé, cada uma das mães sussurrasse em garrafas mensagens de esperança para elas e seus filhos. Foi muito forte”, relembra Alessandra.
Até o ano passado, o festival contou com recursos do FAC, o Fundo de Apoio à Cultura. Este ano, a 4ª edição do Uniduniler já está confirmada, mesmo não tendo sido contemplada pelo Fundo. E se falta dinheiro do governo, sobram vontade, coragem e a ajuda de quem acredita no projeto e pode colaborar no financiamento coletivo.
A campanha está no ar em: https://benfeitoria.com/unidunilerIVFestival
O Olhar Brasília apoia o projeto porque confia que a leitura pode transformar realidades. Ações do Uniduniler já deram resultado para ajudar no resgate da memória de pacientes com Alzheimer e apresentaram uma nova perspectiva a vítimas da violência, além de despertar uma infinidade de aptidões em bebês. É um festival que mostra que a esperança está em todas as letras.
Vale olhar a 1ª etapa deste ano já confirmada do Festival:
Em 22/9, das 15h30 às 17h30, na Casa da Mulher Brasileira, que cuida de mulheres e crianças vítimas de violência – Leituras afetivas, com Alessandra Roscoe (escritora/DF), João Anzanello Carrascoza (escritor/SP) e Luciano Pontes (escritor e ilustrador/PE)
Em 23/9, das 12h às 14h, no Jardim Botânico de Brasília – Leitura sensorial com cegos do projeto Deficientes Visuais na Trilha, com Alessandra Roscoe, João Anzanello Carrascoza e Luciano Pontes
Em 24/9, das 10h30 às 12h30, Oficina Caixinha de Guardar o Tempo – Leitura e Memória com idosos no bairro Jardim Botânico, com o grupo Ativar Terceira Idade.
Todos os eventos são gratuitos e abertos ao público em geral.
O site Olhar Brasília, o SESC-DF, a La Boulangerie e a Cantina e Pizzaria Don Romano são apoiadores do projeto. Contribua também!
Um comentário
Maria Clara Ramos
31/08/2017 at 14:24????PARABÉNS, Alessandra!
Belíssimo trabalho! Desejo a você todo sucesso possivel!