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É muito revoltante. Coisas mais básicas e simples nas regras de trânsito são desrespeitadas de forma leviana, individualista, criminosa. Motoristas ignoram a obrigação de ligar a seta para indicar que vão virar à esquerda ou à direita. Fazem manobras bruscas sem a menor consciência. Acham que a seta é acessório, firula. Eu vejo todos os dias no trânsito esse absurdo, essa falta de senso coletivo. “Eu, meu carro, meu mundo e nada mais.”
Pelo amor de Deus, pelo amor a sua vida, à do outro, use a seta! Pode até ser uma minoria de motoristas que tenham esse comportamento. Mas eu, e muita gente que conheço, esbarro neles todos os dias.
Aí, vem o Detran-DF e faz uma campanha (foto) com a frase ‘A vida sobre duas rodas nem sempre é emocionante’ e joga no mesmo saco dos irresponsáveis ao volante pessoas que foram vítimas, e não culpadas, pela condição em que estão. Um desrespeito àquelas com necessidades especiais.”
Depreciam a vida delas. Nem todos os cadeirantes estiveram envolvidos em acidentes de trânsito e muitos podem ter sido vítimas. A campanha demonstra falta de sensibilidade.
Há muitas campanhas sobre os perigos de ingerir bebidas alcoólicas acompanhadas de punições severas. Mas é preciso apostar mais nas que são educativas e não apenas em ações punitivas. Alertar sobre a importância do uso da seta e explicar o que é via de rolamento. Permanecer em velocidade muito abaixo do limite nessas vias também não está correto, provocando entraves no fluxo, atrapalhando veículos de serviços emergenciais (ambulâncias, por exemplo) de trafegar sem retenção.
Então, será que apenas cumprimos as regras se houver punição severa? Se doer no nosso bolso? Não usar a seta é infração grave e prevê multa de R$ 195,23. Detran e Denatram confirmam que é uma das infrações mais cometidas no trânsito, porém uma das menos punidas,
pela dificuldade de se registrar o momento em que ela ocorre. Não podemos viver numa sociedade em que o cidadão somente age corretamente sob ameaça de grande punição. É preciso entender que usar a seta é um ato de solidariedade, independentemente se seremos multados ou não por isso.
PS – Eu já recebi várias multas por passar a 68km/h em via de 60km/h, de estar a 58km/h em via de 60km/h. Nunca por dirigir acima de 80km/h. Não sou perfeitinha no trânsito. Mas eu busco cada vez mais ser consciente, não só por mim, mas pelo outro. Podemos não ser perfeitos, mas a questão não é a falha em si, é a falta de consciência com o perigo que podemos representar para uma outra vida.
4 Comentários
Ronaldo
29/08/2017 at 10:31Excelente artigo, Samanta! Um assunto tão corriqueiro e tão importante, algumas vezes até letal.
Marcus Vinicius
29/08/2017 at 11:38Assino embaixo seu texto! As campanhas educativas de trânsito pagas com recursos oriundos das multas estão em falta no DF! A ótica tem que ser essa, da EDUCAÇÃO e CONSCIENTIZAÇÃO coletiva! Só assim deixaremos a condição de país do terceiro mundo para um desenvolvido!?
David Duarte Lima
29/08/2017 at 16:56Excelente artigo! Dar seta é ser um condutor previsível. Isso evita colisões.
Marcela Mihessen
01/02/2018 at 10:16Confesso que quando vi a campanha pensei, mas precisa de campanha para isso? Aí comecei a observar mais e fiquei abismada e, confesso, muito irritada de vez em quando! Aí eu gosto daquela frase: “seta não é … Dê sem medo!” (conhece)?! Choro de rir! Uma forma divertida para educar os preguiçosos motoristas!