Era uma vez, uma cidade encantada que, lá do espaço, foi vista por um astronauta. Ela parecia um gigante pássaro de pedra. Quais seriam os habitantes daquele lugar? Que monstros ameaçariam o futuro deles? Como aquela cidade teria sido construída? Uma boa história a ser contada às novas gerações.
1960 – Brasília, a nova capital do Brasil, era inaugurada, depois de quatro anos de uma frenética e épica construção. Muitos não acreditavam que seria possível, como em 1969 quando o homem pisou na Lua, deixando milhares de pessoas pasmas no planeta.
2017 – Os brasilienses e o mundo se deslumbram ao ver, pelos olhos de um astronauta russo, a imagem do “pássaro de pedra” feita de uma estação espacial.
“A incrível cidade de Brasília”, escreveu Sergey Ryazanskiy na foto que postou no Instagram, há 10 dias. Ele a comparou a um avião. Seu olhar nos emociona. Seu olhar estrangeiro e distante vê beleza aqui, numa cidade que tem a imagem tão depreciada pela política.
As asas riscadas pelo arquiteto Lucio Costa, contempladas lá de cima, estão alçando voos cada vez mais altos e perigosos. Acabamos de ultrapassar a marca dos 3 milhões de habitantes. Temos muito a comemorar, mas também com o que se preocupar. Brasília tem a sua gente, seus jovens e suas crianças. E será que eles sabem ou saberão entender a cidade em que nasceram e cuidar bem dela?
O olhar russo nos fez sentir importantes, belos, percebidos e apreciados. Pais, expliquem aos seus filhos que cidade encantada é essa. Professores, ensinem aos seus alunos o significado dessa obra; governantes, preservem mais sua memória e respeitem seu conceito urbanístico.
Precisamos que as novas gerações de Brasília compreendam o DNA que carregam com essa cidade. O DNA da ousadia e da vanguarda.
Brasília hoje é a terceira metrópole do país, depois de São Paulo e do Rio de Janeiro. Temos monstros a ameaçar o nosso futuro, crianças! Insegurança, falta de água, de transporte público…
O astronauta Sergey Ryazanskiy, 42, nos deu um presente, um reflexo da cidade, quase como um doce chamamento. Ele nos deu uma imagem espelho para pensar sobre o nosso futuro.
Vista lá de cima por quem nunca pisou aqui é possível imaginar tantas coisas… Vamos imaginar a nossa cidade daqui a 50 anos? Vamos contar essa história aos nossos filhos, sobrinhos, alunos, netos?
Conte a sua história. Participe aqui da nossa campanha Mexeu com Brasília, Mexeu comigo: https://www.olharbrasilia.com/2017/06/30/mexeucombrasiliamexeucomigo/
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