A cidade está infestada de faixas que anunciam todo tipo de coisa, desde as mais simples, como venda de imóvel, até aberrações como “Faço sua monografia”, “Limpo qualquer nome sujo” e até para “regularizar puxadinho”. São feias, sujam a cidade, agridem nossos olhos. É uma poluição visual que desrespeita a arquitetura da capital. É uma utilização ilegal do espaço público.
A falta de consciência de quem espalha essas faixas é tamanha que o autor deixa lá sua assinatura, o telefone de contato. É uma antipropaganda. Eu estava com uma visita, de fora da cidade, e, ao circular com ela de carro, notou logo os “adereços indesejáveis” em nossa paisagem.
Principalmente nas asas Sul e Norte, era desagradável esbarrar em tantas faixas nos canteiros, nas tesourinhas, nas entradas das superquadras. A visitante comentou: ‘Nossa, o povo daqui gosta de uma faixa, hein! Parece coisa de cidade do interior’.”
O que ocorre é que as regiões do DF, especialmente o Plano Piloto, contam com muitas áreas verdes. O que é uma qualidade da nossa capital. Mas, infelizmente, por isso, se tem também mais espaço para espalhar essas faixas do que em outras cidades em que o asfalto e o concreto tomam conta de quase tudo. “Faz-se isso, faz-se aquilo.” Cadê a fiscalização para recolher essa sujeira?
Na semana passada, questionamos a Secretaria de Gestão Territorial e Habitação (Segeth) sobre essa poluição visual. Fomos informados de que cabe às administrações regionais e à Agefis recolherem as faixas. E tivemos uma boa surpresa. Nessa segunda-feira, a Asa Norte amanheceu mais bonita, mais limpa. As faixas que se acumulavam por toda parte tinham sido recolhidas. Mas sabemos que, logo, logo, elas estarão de volta a nos cercar. O Olhar Brasília continuará a observar.
PS – A Agefis foi procurada, porém não deu informação alguma sobre as operações de recolhimento das faixas. Lamentamos que um órgão público não se comunique com a comunidade. Vamos ficar de OLHO! O que queremos apenas é nossa cidade bonita e respeitada.
2 Comentários
Gilson Motta
13/10/2017 at 10:10Tenho observado que, algumas horas após a fixação de uma dessas faixas, parece surgir uma espécie de justiceiro que fura/corta/dilacera, inclusive, cartazes de empresas que realizam obras em blocos da Asa Sul; o raio de ação é considerável, se considerarmos a distância a ser percorrida, a pé.
Pai Ogro
24/10/2017 at 16:22Todos deveriam ser “justiceiros” como citado acima. As faixas poluem e só atendem o interesse privado de quem as coloca. Que paguem por espaços regularizados para fazer sua publicidade. O mesmo vale para as propagandas de imóveis em áreas como a SQSW 104 (virada para EPIG). A área ser privada não permite, automaticamente, destinação para outdoor.