Quem visita ali o final o Lago Norte vê como o cenário está mudando. O Clube do Congresso não é mais o mesmo. Uma grande área, onde havia churrasqueiras, quadra de esporte e um oratório, não faz parte mais do clube. Agora é do Parque das Garças.
Era um terreno invadido que o clube acabou se apropriando, como diversos outros clubes e donos de lotes que estão pela orla do Lago Paranoá.
Lá fizeram benfeitorias, mas para uso particular. Agora, com o plano de desocupação da orla, promovido pelo GDF , essas áreas voltam a ser de uso comum. No total , por todo o DF, já foram recuperadas áreas invadidas que correspondem ao tamanho da cidade de Samambaia, segundo balanço da Secretaria de Gestão do Território e Habitação.
Eu estive no Clube do Congresso nesse fim de semana. E reparei. Uma cerca de arame farpado delimita agora as novas dimensões, encolhidas, do clube. Teve de recuar.
Algumas pessoas estavam usufruindo da área. E as opiniões se dividem. Parte comemora a democratização da orla. Mas há os que reclamam da depreciação do local, uns falam até em favelização.
O fato é que , se o terreno é público, não pode ser usado como particular, impedindo o acesso das pessoas. E, se é público, também precisa contar com a estrutura urbanística dos serviços públicos, como segurança, limpeza e manutenção.
Já do outro lado da cidade, no domingo passado, moradores do Sudoeste, num ato de cidadania, se reuniram em protesto contra o projeto das quadras 500. Eles temem perder uma imensa área verde. Além dias , se preocupam com mais pressão urbana na região.
A cidade pulsa e, com ou sem regras, ela se transforma. Como uma célula cancerígena, que de forma desordenada começa a se multiplicar, focos de contaminação urbana também podem se proliferar. A cidade pode se transformar de uma forma positiva ou negativa, e até das duas formas ao mesmo tempo. Esse é o perigo. Fiquemos atentos para onde essas mudanças nos levarão. Para melhor ou pior qualidade de vida da cidade?
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