Os alertas de tempestade se confirmaram na noite passada e causaram uma verdadeira devastação em vários pontos da cidade.
No Lago Norte, muitas casas foram destelhadas. A força do vento arrancou cercas e derrubou árvores. Placas de energia solar foram arrancadas e no rescaldo sobrou muito ferro retorcido. As mangueiras do bairro, que estavam carregadinhas, perderam quase todas as frutas que estavam por amadurecer.
A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, Novacap, registrou 150 quedas de árvores. No momento, 20 equipes de poda atuam em 30 pontos diferentes, sendo os mais críticos na Asa Norte e no Lago Norte. Os funcionários também estão limpando e desobstruindo bueiros.
Os moradores dessas regiões ficaram apavorados. “Foi uma sensação terrível. Nunca vi isso em Brasília!”, afirma Elza Maria Melo, moradora do Lago Norte. “A tempestade começou de madrugada, foi aterrorizante. E de manhã a cena era de caos completo”, lamenta. A água invadiu as casas e provocou imensos prejuízos.
Os telefones de emergência dos órgãos de segurança receberam 458 ligações relacionadas a ocorrências causadas pelas chuvas e pelos ventos, que, segundo o Instituto de Meteorologia, chegaram a quase 60km/h.
Em vários pontos da cidade, o fornecimento de energia elétrica ficou prejudicado. Moradores da Asa Norte, do Lago Norte, Taquari e de outras áreas, como Cruzeiro Velho, reclamam que ficaram sem luz por mais de 12 horas. A CEB recebeu 1.421 pedidos de reparos na rede, mas informa que não há previsão de quando os serviços serão realizados por causa da greve dos funcionários.
O Instituto de Meteorologia baixou para alerta amarelo o aviso de tempestades no DF, mas afirma que vai continuar chovendo muito na região até o fim de semana. Só pra se ter uma ideia, no mês inteiro de outubro choveu 33,2mm no Distrito Federal, e só nesses primeiros dias de novembro a chuva já chegou a 69,5mm. Nos próximos dias, as pancadas continuam, mas não com a mesma intensidade.
Apesar dos estragos, a boa notícia é que a chuva pode significar um alento para a situação dos reservatórios, que vivem o momento de desabastecimento mais crítico da história. É a natureza cobrando a conta por tantas ocupações irregulares, impermeabilização do solo, acúmulo de lixo e descaso com o meio ambiente.
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