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Olhar Brasília
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Marcia Zarur

A nossa Brasília tranquila e segura, cadê?

Onde foi parar a Brasília que perdemos? Volta e meia me faço essa pergunta e percebo grandes mudanças em pequenas coisas do dia a dia.

Esta semana estava no inicio da L2 Sul e precisava ir à uma reunião na quadra 1 do Setor de Autarquias. Você tem noção da distância? Deve ser mais ou menos o equivalente a três quadras do Plano Piloto, no máximo. Uma caminhada muito tranquila, especialmente porque o dia não estava nem muito quente, nem chuvoso.

Tenho procurado caminhar mais pela cidade, sempre que é possível. Mas agora, volta e meia estou com o meu laptop a tiracolo. Com o site, ele virou instrumento de trabalho essencial e inseparável. E ai me bateu a dúvida: será que é perigoso caminhar com essa bolsa do computador, chamando a atenção, mesmo em plena luz do dia?

Toda hora fico sabendo de algum colega dos meus filhos que teve o celular ou ipad levado na porta da escola. Ano passado, um aluno foi ameaçado com uma faca. Felizmente o prejuízo foi só material. Levaram a carteira, o telefone e não machucaram o menino.

Fazendo esse rápido retrospecto, achei mais seguro pedir um uber, pra fazer um trajeto de menos de 2 quilometros. Mas fiquei indignada com a situação! A gente passa a ser refém do medo. E ai eu pergunto de novo – onde foi parar a Brasília que perdemos? Aquela onde a violência era exceção? A cidade segura e tranquila, cadê?

Eu comecei a andar de ônibus sozinha aos 10 anos. Você deixaria o seu filho ou filha de 10 anos perambular pela cidade, no transporte coletivo, sem um adulto de confiança por perto? O meu filho mais velho só teve a independência pra fazer isso aos 14 anos, e mesmo assim eu ficava numa aflição pura.

É justo sentir que a cidade é hostil? É aceitável mudar rotinas pra se proteger da violência? Nem justo, nem aceitável – simplesmente necessário.

O próprio subsecretário de gestão da informação da Secretaria de Segurança, Marcelo Durante, reforça que a população deve, sim, tomar cuidado. “Os ladrões escolhem sempre os alvos mais fáceis, e embora a polícia esteja nas ruas e os índices de criminalidade estejam caindo no DF, especialmente o número de homicídios, só a atuação da polícia não dá conta.” Ele admite que no DF há um deficit de policiais e o ideal seria o policiamento comunitário, onde o policial participa da vida do bairro, conhece os moradores e os problemas da região. 

Enquanto a situação ideal não chega, seguimos oprimidos e amedrontados como na charge que desenha o mapa do medo. Um mapa que atingiu, com todas as armas, o avião de Lucio Costa. 

 

A Secretaria de Segurança reforça que a sensação de insegurança está muito ligada à desordem (falta de iluminação pública, sujeira, buracos nas ruas, falta de calçadas, presença de usuários de drogas, etc). A partir do segundo semestre do ano que vem, o governo vai disponibilizar um aplicativo para que os moradores possam denunciar as áreas críticas e cobrar ações efetivas dos órgãos públicos responsáveis. Segundo o subsecretário de gestão da informação da Sec. de Segurança, Marcelo Durante, os moradores, que são os maiores conhecedores dos problemas da região, vão funcionar como fiscais. Vamos ver…

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6 Comentários

  • Reply
    Maria Cecília Cattini
    16/11/2017 at 13:09

    Me lembro de quando eu tinha 12 anos e pegava um ônibus na W3 Sul para ir ao dentista no Conjunto Nacional. Tempo bom… Meus filhos, infelizmente, não podem desfrutar desse tipo de liberdade. Espero (de verdade) que essa realidade possa ser modificada. Secretaria de Segurança, “dê uma forcinha” para nós, ok?!

    • Reply
      Marcia Zarur
      16/11/2017 at 19:21

      Precisamos urgentemente dessa “forcinha”, Cecília. Não podemos deixar que a situação da nossa cidade fique parecida com a de outros centros urbanos do país, onde a violência toma conta. 🙁

  • Reply
    Gladys Maria Cavallieri Mello
    16/11/2017 at 17:02

    Que triste não é, Márcia?
    Uma cidade tão linda e com pessoas tão acolhedoras, merece ser desfrutada ao máximo , sem medos.
    Torço para que as coisas melhorem por aí.

    • Reply
      Marcia Zarur
      16/11/2017 at 19:19

      Pois é Gladys, infelizmente Brasília não é mais a mesma… E esse aspecto da segurança nos preocupa muito!

  • Reply
    DANIELA S SIQUEIRA
    23/11/2017 at 13:31

    … o que dizer o passdo não volta mais … um tempo difuso espremido entre a sensação de impotência diante do passado e a incerteza em relação ao futuro… mas que precisamos enfrentar nosso presente.

    • Reply
      Marcia Zarur
      18/01/2018 at 21:43

      Exatamente, Dani. E precisamos cuidar da nossa cidade agora, para garantir um futuro digno para as próximas gerações! Beijo grande

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