As chuvas chegaram com tudo em novembro. Brasília enfrentou até tempestades, que causaram grandes estragos e prejuízo a moradores, principalmente na Asa Norte, no Lago Norte e na Vila Planalto. O volume das chuvas nos primeiros dias deste mês, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, já alcançou 191,3mm e até o fim de novembro deve chegar a 231,1mm. Os números contrastam com os magros 33,2mm de outubro – um dos mais secos da história.
Apesar disso, as águas de novembro não chegam nem perto do necessário para melhorar a situação hídrica de Brasília. Segundo a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal, a Adasa, ainda não houve um impacto significativo nos reservatórios. Nesse fim de semana, o volume ainda estava baixíssimo: Descoberto com 6% e Santa Maria com 22,4%.
E não há uma definição do volume necessário que deve ser atingido pelos reservatórios para que o racionamento chegue ao fim. A Caesb ainda não descarta a possibilidade de ampliação do racionamento de água para dois dias. E a Adasa também não soube informar um prazo para a solução da crise. “É necessário que o Descoberto e o Santa Maria comecem a recuperar o volume e verificar o comportamento das chuvas, neste ciclo hidrológico, para determinar tanto um segundo dia de racionamento, quanto a suspensão deste”, afirmou a agência.
Quem arrisca uma previsão é a meteorologista do Inmet Odete Chiesa: “Mesmo que chova em novembro, dezembro e janeiro, que são os meses mais chuvosos do ano, a questão da crise hídrica não será resolvida”. Para ela, é preciso uma precipitação com valor superior ao dobro da média esperada para que, então, o racionamento seja enfim afastado.
A inauguração do Sistema Corumbá 4, próximo a Luziânia, pode melhorar a situação por algum tempo. O governo prevê que a obra seja entregue no fim de 2018 e aumente em 70% o abastecimento do DF. Entretanto, apesar de ser capaz de fornecer até 5,6 mil litros de água por segundo, o reservatório deve amenizar a situação hídrica por um período de, no máximo, 30 anos. É preciso pensar o futuro e adotar medidas constantes de combate ao desperdício.
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