Há tempos ando assustada com a falta de educação do brasileiro. As ‘palavrinhas mágicas’ obrigada, por favor e com licença sumiram das conversas. Respeitar fila já não é regra, e em lugares cheios as pessoas abrem caminho empurrando, como se fossem passar por cima.
Mais preocupante ainda é ver a quantidade de crianças que não têm limite. Fazem o que querem e não há quem ponha freio. Se vocês conhecessem os irmãos Marina e Henrique, que estavam no meu voo da semana passada, saberiam exatamente o que eu quero dizer.
Uma hora e quarenta minutos de Brasília ao Rio nunca demoraram tanto, com essas duas crianças sentadas logo atrás. Marina, 6 anos, e Henrique, 4. Aprendi os nomes só de ouvir a mãe gritando. Que tal?
Antes mesmo de fechar a porta do avião, começou o festival de chutes nas costas das nossas poltronas. Uma senhorinha sentada ao meu lado olhava incrédula, aguentando os solavancos. Virei e pedi cuidado, explicando que tinha uma pessoa de idade na frente. A mãe se desculpou e deu uma bronca que mais pareceu gasolina na fogueira. Resultado: as crianças passaram a chutar com mais vontade…
E foi um tal de abrir e bater mesinha, tirar e botar o cinto. Não sei como não quebraram os apoios de braço e não ensurdeceram os vizinhos com a gritaria. Já vi crianças mal educadas, mas esses dois ganharam longe. Os comissários da Avianca passavam e não faziam nada. E a cada olhada assustada da tripulação, mais gritos da mãe – que não diminuíam em nada o ânimo dos black blocs mirins.
Saída de emergência
Tive que fazer um exercício de meditação zen pra manter o mínimo de sanidade e dei graças a Deus quando, enfim, aterrissamos. Na saída do avião, uma mãe constrangida e duas crianças que ainda tocavam o terror, apesar do mau humor generalizado dos passageiros em volta.
Por um segundo tive pena daquela mãe, mas só durou um segundo mesmo!
Educar é difícil, da muito trabalho e não tem fórmula. Não adianta delegar pra escola, ou pra babá, ou usar a falta de tempo como desculpa. A responsabilidade é dos pais, não tem paraquedas ou saída de emergência. Faça o seu melhor para formar boas pessoas.
Fico só imaginando a Marina e o Henrique adultos…
5 Comentários
Elza Maria de Mello
11/01/2018 at 14:06Marcia!!! Parabéns!!!
Que excelente enfoque!! Que texto bom!
Outro dia, passei exatamente por uma situação parecida com essa. E, lendo agora seu post, me senti sendo a “sra idosa”do seu lado!
Realmente, como diz a velha frase, a educação faz a diferença! E, é nesses pequenos detalhes que percebemos sua importânica e como a sua ausência incomoda a sociedade.
Parabéns!!!
Marcia Zarur
18/01/2018 at 21:28Disse tudo: a educação faz a diferença! Que possamos formar cidadãos mais educados para garantir um futuro saudável! Beijo grande
Priscila Silva Barbosa
16/01/2018 at 21:21Texto muito bom Márcia!!!
Para educar filhos não existe um manual a seguir, mas ainda acredito que os limites fazem diferença na formação de caráter dos nossos pequenos, hoje em dia tudo é muito terceirizado, babás, internet, desenhos e mais desenhos quando não jogos, que por trás de cada um trazem demonstrações ocultas que se não estivermos bem atentos eles se espelham, não quero nem imaginar essa sua 1:40 nesse vôo que já doi minha cabeça.
Precisamos reforçar sempre assunto porque educação e valores fazem toda a diferença em qualquer ambiente.
Parabéns!!!
Marcia Zarur
18/01/2018 at 21:25Agradeço muito o seu comentário Priscila, e assino embaixo. De fato os limites fazem toda a diferença. Um grande abraço
Marcela Mihessen
01/02/2018 at 09:55Credo! Que horror mesmo! Me imagino dando uma bronca nelas, já que a mãe não conseguia! Acho que eu não conseguiria ser zen, como você não!