Por Marcia Zarur
Uma trupe que se criou na estrada, nutrida pela arte. O amor de um bonequeiro por uma atriz deu vida à família Gomide. E o encantamento pela cultura saiu espalhando magia pela estrada com a Carroça de Mamulengos.
Apresentações na rua, na praça, no circo, no teatro… Tudo pode ser palco! Não precisa de luxo pra alcançar o máximo da sofisticação. Há mais de 40 anos, a Carroça de Mamulengos usa elementos do circo e da cultura popular pra fazer uma mistura que começou em Brasília.
A cidade é origem, mas não é morada. A casa é a estrada. E apesar da alma itinerante, de certa forma, a Carroça deixou frutos na cidade.
História entrelaçadas
Vi a emoção do Palhaço Mandioca Frita, com os olhos cheios d´água, falando da família que o acolheu. Ele saiu das ruas onde morava, no Rio de Janeiro, pra viajar com a trupe. A Carroça de Mamulengos pra ele foi mais do que sonho e esperança – foi redenção. Hoje, Mandioca Frita vive da arte que aprendeu com os Gomide.
Mestres da cultura popular, reconhecidos na cidade, também têm história pra contar quando se fala do grupo. O Mamulengo Presepada, de Chico Simões, é primo-irmão do Carroça de Mamulengos. Respeito e carinho entre bonequeiros.
Da pra ver que não faltam histórias. E é justamente esse caminho percorrido com música, suor e poesia que inspira o espetáculo que o grupo traz esta semana pra cidade. ‘Janeiros’ conta a trajetória desses saltimbancos. E convida o público a uma viagem com bonecos gigantes, palhaços com perna de pau, mágica e músicas.
Uma estética muito elaborada, com elementos cênicos e da vibrante cultura popular. Um resgate lírico e lúdico da memória do povo brasileiro. E um desejo do público de que ainda venham muitos e muitos janeiros…
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