Popular entre os brasilienses, o açaí ganha cada vez mais versões e pontos de venda para diferentes perfis. Mas os nutricionistas alertam: não vá com muita “sede” à tigela !
Por Sara Campos
Entre os destaques gastronômicos indígenas que romperam as fronteiras brasileiras está o açaí: fruto originário de uma palmeira que tornou-se um dos grandes representantes do sabor amazônico pelo mundo e importante fonte de renda para inúmeras famílias.
Uma lenda indígena explica a origem do nome “açaí”. Uma tribo paraense começou a sofrer com a escassez de comida. Para amenizar o sofrimento coletivo, o cacique ordenou a matança de todas as crianças, inclusive a filha, Iaçá.
Depois da ordem, ele encontrou a filha abraçada a uma palmeira cheia de frutos pretos.
Ele fez uma bebida a partir desses frutos para alimentar a comunidade e para homenageá-la a chamou de açaí, que corresponde ao nome da filha escrita de forma inversa.
Contos à parte, é seguro afirmar que as propriedades nutricionais do ingrediente são extensas: entre as várias confirmadas cientificamente estão a presença de vitaminas E, B1, B2, B3 e C, fósforo, ferro, cálcio, potássio, ácidos graxos e radicais livres – que retardam o envelhecimento das células.
Mesmo com todos esse benefícios, o consumo do fruto amazônico requer moderação.
“Por ser um alimento de valor calórico elevado, a ingestão excessiva de açaí pode gerar problemas com o ganho de peso. Quando adicionado de xarope e açúcar em geral, a bomba calórica só ganha mais força, tornando o consumo regular algo desaconselhável”, ressalta o nutricionista e sócio da clínica Irmãos Rua Nutrição Estética e Esportiva, Paulo Rua.
Brasilienses que buscam as potencialidades do fruto na dieta têm consumido com mais frequência versões saudáveis como as originais das ruas de Belém do Pará.
O açaí puro acrescido de açúcar mascavo ou mel tem sido uma boa opção aos praticantes de atividades físicas, caso do administrador de empresas Mayko Vinícius Ferreira.
Após fazer mudanças radicais na alimentação e viajar pela Amazônia, o brasiliense enxergou no açaí puro uma opção mais saudável.
Quando comecei a praticar atividades físicas e a consumir mais açaí, eu não notava as diferenças das misturas que as lojas vendem. Depois de uma amiga me apresentar a versão pura, comecei a pesquisar as diferenças e vantagem do açaí sem açúcares. Já era viciado e agora não consigo consumir outro tipo”, afirma ele, que consome a mistura ao menos três vezes por semana em um restaurante paraense na Asa Norte.
Para o especialista Paulo Rua, a opção mais natural do fruto tem baixo índice glicêmico, devido à presença de gorduras. “Isso garante ao açaí propriedades interessantes para o consumo no pré-treino, pois a energia será liberada de forma gradual, ao longo de toda a atividade física”.
O nutricionista afirma questão o equilíbrio entre o consumo e a prática de atividades físicas é sempre a melhor escolha na hora de aproveitar o fruto de um dos maiores biomas do mundo.
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