Toda vez que eu passo pela W3 sul dá um aperto no peito. E não é só o abandono de uma das avenidas mais charmosas e emblemáticas da cidade. Fico muito sentida também por ver a Biblioteca Demonstrativa ainda interditada.
Além de fazer parte da memória afetiva de gerações de brasilienses, só o prediozinho do ‘Instituto Nacional do Livro’ já dava um alento ao peso da rotina diária. Era a poesia no meio do trânsito, com os versos estampados nos painéis de mosaico do Gougon.
Tantas vezes apurei a data de reabertura, e me enchi de esperanças de ver a Biblioteca funcionando de novo, cheia de vida, a todo vapor. Tantas vezes me decepcionei ao perceber que era mais uma na lista interminável de promessas não cumpridas… Veja aqui o meu post do ano passado.
A Biblioteca foi interditada em maio de 2014 por ameaça de desabamento da marquise e uma série de outros problemas, que punham em risco os frequentadores. A partir dai foi uma promessa atrás da outra, até chegarmos ao absurdo de quase 4 anos do espaço fechado. Isso até me lembra o Teatro Nacional… Também já escrevi pedindo o nosso Teatro de volta!
Um amigo meu diz: estamos levando mais tempo pra reabrir o Teatro do que o tempo que JK levou pra construir Brasília, com todas as dificuldades que existiam no fim da década de 50. Que vergonha!
Mas voltando à Biblioteca Demonstrativa, ano passado, o Ministério da Cultura, responsável pelo espaço, instalou um chamativo outdoor anunciando novidades e prometendo a reabertura até dezembro. Você acreditou? Eu, tolinha, achei que finalmente era verdade. Ontem passei de novo por la e adivinha?! Nada mudou, mas o cartaz continua no mesmo lugar, como se estivesse caçoando de nós.
Um pouco mais adiante a gente encontra o Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul, também fechado. Depois de muitos adiamentos na data de reinauguração, este pelo menos dá sinais de que será reaberto em breve. A Secretaria de Cultura espera que as obras terminem até o fim de março. Tomara! Porque o que a gente não aguenta mais são as promessas não cumpridas.
Um comentário
Marcela Mihessen
01/02/2018 at 09:48Eu sempre estou de olho nessa biblioteca… já estudei muito lá!