Algumas pessoas foram se juntando a nós nessa jornada de forma surpreendente. Eu e Marcia Zarur, algumas vezes, ficamos um pouco angustiadas com as dificuldades que existem para manter este espaço, o site Olhar Brasília. Mas ficamos ainda mais vezes emocionadas e felizes com a corrente do bem que se formou em torno do Olhar Brasília e, especialmente, da campanha Mexeu com Brasília, Mexeu Comigo.
Quando a gente menos espera, e mais precisa, uma mão se estende e nos incentiva a continuar nessa trilha. Marcia e eu temos aquele vício de sermos desconfiadas pela estrada do jornalismo. Nossa profissão nos ensinou a desconfiar sempre. E, acima de tudo, esse espaço para nós é tão especial que o cercamos de muitos cuidados. Apesar das dificuldades, não aceitamos qualquer apoio, somente de pessoas que tenham afinidade com nosso conceito, nossos procedimentos.
Então, quando encontramos algumas que realmente de coração e alma se identificam com o nosso trabalho, para nós é uma grande felicidade. E a gente as chama de nossas “fadas madrinhas”, mulheres e homens. Uma dessas pessoas foi o Diego Alves Teixeira. Um entusiasta do movimento de valorização da nossa capital. Dono de uma empresa que fabrica camisetas, nos chegou porque é amigo de amigos nossos que também nos apoiam.
Diego queria nos ajudar de alguma forma. Tivemos várias conversas, ele tinha ideias, nos fez várias sugestões interessantes para dar ainda mais corpo ao movimento. E a gente perguntava a ele como podíamos retribuir. Ele afirmava empolgado e com uma ponta de emoção: “Continuem a fazer o trabalho que já fazem, continuem a falar bem de Brasília. Eu me sinto representado pela campanha”.
Aos 30 anos, cheio de planos, Diego morreu durante o carnaval. Bateu a cabeça quando mergulhou num rio no rancho em que passava uns dias. Um choque para mim e para a Marcia recebermos a notícia. Há poucos dias, trocávamos várias mensagens pelo whatsApp, parece que ele vai aparecer ali de repente. Mas não vai… Como assim?? Difícil demais de acreditar! Estávamos juntos há poucos dias tomando cafés, fazendo tantos planos.
E o que nos deixou ainda mais comovidas foi receber a ligação de um funcionário da empresa dizendo que Diego tinha mandado fazer centenas de camisetas para a campanha Mexeu com Brasília, Mexeu Comigo. Meu Deus… Ele se foi e nos deixou esse presente. Estamos tristes, mas estamos ainda mais decididas a levar adiante o nosso trabalho.
Diego, muito obrigada pela força que nos deu, pelas ideias, pelas camisetas. Você sempre estará com a gente, estará no peito de cada pessoa que vestir uma de nossas camisetas. Queremos fazer essa simbólica homenagem a você e a sua família. Você queria uma cidade melhor para suas 3 filhas, queria que elas pudessem ter orgulho da cidade onde nasceram. Você nos representa também.
PS: Aproveito este espaço da Samanta para prestar também minha homenagem ao Diego.
Ele impressionava pela vontade de empreender e pelo o brilho no olhar de um apaixonado. Tinha paixão pela família, pela empresa, por Brasília, pela vida!
Ontem conheci a Sublime, a empresa familiar do Diego no Núcleo Bandeirante, e entendi muito da veemência do discurso. “A cidade precisa aprender a valorizar o que é nosso; comprar de gente daqui. Nós temos produtos de qualidade, com preços competitivos e o melhor: mão de obra brasiliense”, insistia. E contagiava a todos com seus sonhos. Por isso, apesar da tristeza imensa que só a fé ajuda a dissipar, no galpão da empresa as máquinas não pararam um só dia. (Marcia Zarur)
3 Comentários
Diogo Silva
20/02/2018 at 13:11Agradeço muito pelo reconhecimento e pela amizade que vcs tiveram com meu irmão. Obrigado de verdade! Saibam que a sublime e minha familia fica feliz com está homenagem. Estaremos sempre unidos por uma cidade melhor.
Leiliane Rebouças
20/02/2018 at 19:22Linda homenagem. Que Deus conforte o coração dos familiares e amigos do Diego.
Raquel Gonçalves
21/02/2018 at 14:39Não o conheci, no entanto me apaixonei pelo comovente depoimento e pela figura de luz que Diego foi.