Por Cláudio Ferreira
Sugiro um exercício diário, semanal, pelo menos frequente, para o brasiliense. Somos continuamente enxovalhados – de apresentadores de TV a humoristas, são muitos os que relacionam a nossa cidade ao que existe de pior.
Que tal buscarmos, continuamente, motivos para nos orgulharmos de Brasília? Temos aos montes: é só parar para refletir um pouco, abrir um site na internet, ler jornal ou conversar com um amigo e o motivo aparece.
Tomo a liberdade de iniciar a lista. Vá assistir ao espetáculo “Atra Bilis”, em cartaz no Teatro Garagem. Emocione-se com um trabalho bem-feito e comece o seu rol de orgulhos. Como não estampar no peito, como se fosse uma medalha, o fato de que o uruguaio Hugo Rodas também é meio brasiliense?
Um homem que não se conforma, não se acomoda e que foi buscar no texto da espanhola Laila Ripoll uma fonte para esmiuçar, mais uma vez, a alma humana.
Orgulhe-se também do elenco de brasilienses – natos ou não – que honram cada centímetro daquele palco. Motivos? A força de Carmem Moretzsohn e Bidô Galvão, a sintonia fina entre Chico Sant’anna e Sérgio Fidalgo, a volta de Solange Cianni, a entrega de William Ferreira, o frescor de Abaetê Queiróz e Camila Guerra.
Se encontrar pelo menos um deles na rua, peça licença, dê um abraço e diga o que achou da peça. Demonstre seu carinho pelos nossos artistas.
A partir da sua experiência com “Atra Bilis”, vá atrás de outros momentos culturais da cidade. Eles estão aí, basta uma busca digital. A lista de orgulhos da nossa Brasília só vai crescer. A lista dos malfeitos, deixe para os outros.
Olhar é preciso: Atra Bilis fica até 1o de abril, de sexta a domingo, sempre às 20h, no Teatro Garagem, do SESC da 713/913 Sul. Ingressos a R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia).
Cláudio Ferreira, 53, é jornalista da Rádio Câmara e autor de três livros sobre televisão. Mora em Brasília desde 1971.

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