De um lado, os moradores do Plano Piloto; de outro, os músicos e artistas da cidade! É o tipo de ringue em que todos perdem, especialmente porque os dois lados têm razão.
Quem vai questionar o direito ao descanso, às noites bem dormidas e à paz dentro de casa?! Por outro lado, quem não defende a vida pulsante da cidade, a possibilidade de continuarmos sendo reconhecidos como celeiro musical de talentos?
Está prevista para hoje, às 15h, na Câmara Legislativa, a votação das alterações na atual Lei do Silêncio. Esse é o motivo da guerra declarada entre dois grupos que são feitos da mesma matéria-prima: todos são brasilienses e querem o melhor pra cidade.
A polarização, que virou guerra declarada, impede o diálogo e uma solução negociada que atenda aos diversos interesses.
O Olhar Brasília é defensor da cultura, divulgando sempre nossa prata da casa, promovendo encontros e eventos para valorizar artistas de altíssima qualidade que nasceram ou moram aqui. Orgulha-nos sermos a capital do rock, do chorinho e dos mais diversos estilos. Estufamos o peito pra dizer que Brasília não é uma cidade fria, mas que tem vida pulsante e criativa.
Ao mesmo tempo, o Olhar Brasília valoriza as associações de moradores e entidades da sociedade civil que zelam pela nossa qualidade vida, defendendo o verde e lutando vigorosamente contra a especulação imobiliária. São essas entidades que ainda asseguram parcelas fundamentais do Cerrado, que mantêm de pé árvores com décadas de história e garantem a vida privilegiada da superquadra.
Por isso, nessa discussão não defendemos um lado. Os dois têm argumentos igualmente fortes e legítimos.
Somos a favor do diálogo e do entendimento. Acreditamos na possibilidade de um acordo que não mate a música e não tire a tranquilidade das áreas residenciais. Será que essa solução não existe?
Acreditamos que existe sim. Como já falamos aqui, o isolamento acústico dos estabelecimentos seria uma das saídas. E certamente existem outras. Vale pena ouvir “o outro lado”, sem os punhos cerrados, mas com a disposição de entender o que se diz.
O Olhar Brasília separou argumentos de quem defende a manutenção da lei atual (o precioso direito ao descanso) e de quem acredita que as mudanças na lei serão bem-vindas (música não é barulho). Abra os ouvidos e o coração!
Um comentário
Edson Bello
12/04/2018 at 20:25Muitas discussões sobre este assunto. O fato da pessoa morar nas superquadras não é um previlégio e sim muito esforço e trabalho. Agora, ao chegar na sua moradia conviver todas as noites com barulho acima de 100 decibéis eé insuportável. Esta provado cientificamente, que o barulho causa vários tipos de doenças progressivas. Sugiro as músicos e donos de bares que não moram nas entrequadras a pernoitarem uma semana em um imóvel próximo a esses estabelecimentos que já são velhos conhecidos da Agefis e eles poderiam dar o seu veredito. Nestes locais, moram idosos, crianças e muitas das vezes doentes em estado terminal. Agora, colocar um projeto como esse na pauta da câmara antes de um estudo de viabilidade de outros locais é temerário demai. Porque não sugerem ao governador do Brasília a construção ou ocupação de uma área cultural reservada Música e afins? Como por exemplo ‘ Cidade Cultural’, como fez o governador Roriz com a cidade do automóvel? Este impasse é danoso para os moradores que se veem obrigados a colocar janelas acústicas e terem de se mudar. Consequetemente, vai chegar um dia que vender aquele imóvel próximo a bares que veiculam música ao vivo e eletrônica vai tornar difícil e aí as imobilizares tbem passaram a cobrar do governo uma solução para esse impasse que a meu está fácil de resolver com a solução da Cidade da Cultura ou da música. Então, a partir disso, ficariam os bares próximos a áreas residências proibidos de veicularem musicas ao vivo e eletrônica, apenas música ambiente como vários já o fazem e tem crientela cativa. Em Goiânia existem locais exclusivos para o divertimento da população. Não adianta dizer que estão cerceandoa arte. Cultura se faz com respeito é responsabilidade as pessoas.