Estamos comemorando os 58 anos de Brasília, e não há melhor maneira de celebrar do que saboreando suas delícias, as delícias do Cerrado. A história da nova capital foi cheia de desafios e descobertas sobre os potenciais dessa rica região, que – agora – começa a escrever um novo capítulo do setor gastronômico com a valorização e divulgação do Cerrado.
Há alguns anos, chefs de cozinha e consumidores do Brasil vêm se rendendo ao sabores de alguns produtos daqui, como o baru e o pequi, por exemplo. Mas esse bioma é um manancial de frutos e castanhas deliciosos, e que vai além: com produtos que podem ser adquiridos em comunidades extrativistas, indígenas e de pequenos agricultores.
Temos também queijos, embutidos, geleias e muitas outras delícias. Ao comprá-los, os consumidores ajudam a manter as famílias no campo produzindo alimentos que não agridem a saúde nem o meio ambiente. E ainda colaboram para preservar tradições culinárias, memórias culturais e a biodiversidade.
Mas quais são esses produtos? Onde encontrá-los? Como comprá-los? E em que época? O que é possível preparar com eles? Para ajudar a responder a essas perguntas e levar as iguarias do Cerrado para a mesa dos brasilienses e dos brasileiros, um grupo de chefs de Brasília uniu esforços. Assim nasceu o Panela Candanga, há pouco menos de 1 ano.
O projeto é liderado pelos chefs Mara Alcamim (Restaurante Universal), Francisco Ansiliero (Dom Francisco) e Gil Guimarães (Baco Pizzaria e Parrilla Burger), produzido pela DUBEM Entretenimento e apoiado pela Abrasel-DF. A ideia é mostrar que, embora Brasília seja uma cidade nova, já conta com produtos nativos ou feitos de um jeito único e especial.
Esse grupo de chefs se reuniu para montar uma base de dados com informações sobre esses produtos. A intenção é que essa plataforma possa ser consultada e enriquecida pelos usuários por meio de novas sugestões a serem pesquisadas. Todas as informações estarão, a partir de 5 de maio, disponíveis no site www.panelacandanga.com.br.
E já é possível degustar os pratos com o charme e o sabor dos ingredientes do Cerrado nos restaurantes Universal, Oliver, Pizzaria Baco e Francisco. Muita gente já experimentou e gostou. No restaurante Oliver, na sexta-feira 13, foi realizado um happy hour para apresentar algumas dessas criações, como o ceviche do Cerrado.
“Estamos buscando uma identidade gastronômica própria do Cerrado, valorizando e fortalecendo tanto os produtores como os chefs locais”, destaca Rodrigo Freire, do Oliver.
No menu volante, risoto de rabada e farofa de carne da lata, servida com cajuzinho e maracujá, ambos do Cerrado. Ao som de sucessos nacionais de samba e choro, o encontro embalou os corações dos brasilienses que amam Brasília e defendem suas belezas singulares.
Não faltou doçura nesse evento, especialmente vinda em uma bela homenagem aos monumentos da cidade, que ganhou uma linda torta em forma de Catedral! A deliciosa obra de arte foi assinada por Renata Diniz, à frente da Renata Diniz Chocolatier.
Renata não é integrante oficial do Panela Candanga, mas deu sua contribuição à degustação de pratos do Cerrado com o grand finale da sobremesa, recheada por uma linda e leve massa vermelha de frutas vermelhas.
A Panela Candanga ganhou um ingrediente especial: a campanha Mexeu Com Brasília, Mexeu Comigo!, do site Olhar Brasília. Estamos juntos, misturados, para valorizar o que a nossa cidade tem de bom. E Brasília é muito gostosa! Tem sabor, sim, senhor!
Para olhar e experimentar do nosso Cerrado!
Maracujá-pérola – Resultado do cruzamento de diversas espécies de maracujá cultivadas na região, após cerca de 20 anos de pesquisas e melhoramento genético da espécie Passiflora Setacea pela Embrapa Cerrado. Diferente do maracujá tradicional, ele é doce, podendo ser consumido puro ou ainda dar um toque diferenciado a receitas, como doces, drinques e até em alguns pratos salgados, trazendo sabor agridoce e um ar exótico para a nossa mesa.
Cajuzinho-do-cerrado – Uma planta nativa da região. Nasce espontaneamente em uma área de 10 hectares de vegetação selvagem e é conservada no núcleo rural Taboquinha, município de Padre Bernardo, a 100km de Brasília, replantada também em outros lugares por um grupo de pequenos produtores. Para manter o abastecimento o ano inteiro, os produtores congelam a polpa, fazem doces, licor, cachaça e até kombucha (bebida probiótica fermentada), evitando, assim, o desperdício.
Embutidos artesanais produzidos pelo Léo Hamu, que também é membro do Slow Food. Faz um resgate da culinária do Brasil Central, apresentando-a à nova geração com muito sabor. Há três anos, ele fabrica, no Núcleo Rural Rajadinha, no Paranoá, carne de lata (o famoso confit da técnica francesa) e uma linguiça caipira bem especial: a carne é cortada em pedaços e embutida em uma tripa média; em seguida, é defumada em folhas de laranjeira e conservada em banha de porco. Não se usa nenhum tipo de conservante e a durabilidade é de seis meses.
Queijos da cabra Chic – Queijo de cabra artesanal. Sem aqueles aditivos químicos que acabam com a graça de qualquer alimento. Leite tirado da cabra Anglo Nubiana. Conta com uma linha diversificada: como ricota, boursin, frescal, meia cura, montanhês, sardo e o demi-chèvre, feito com queijo de cabra e de vaca.
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