Então, o brasilense fica sem água e vai pagar também mais caro por ela? O que as “gestões” de recursos hídricos no Distrito Federal parecem só enxergar na frente é a matemática financeira, a lógica comercial. Falta água? Suspende o abastecimento. Tiveram prejuízo financeiro? Aumenta a tarifa. Simples assim?!
Há mais de 1 ano, os moradores do DF vivem o racionamento de água. Resultado do mau planejamento no gerenciamento de nossos recursos hídricos durante anos. A fartura virou escassez. Uma “lógica” totalmente equivocada baseada em “pode gastar à vontade, basta pagar”. Isso, somado à falta de combate ao desperdício e às raras campanhas educativas, resultou na calamitosa situação que vivemos.
Não foi culpa do tempo, como quiseram nos fazer acreditar. Mesmo assim, as chuvas ajudaram, e muito, enchendo os reservatórios. Então, a qualquer momento podemos receber a boa notícia da suspensão do racionamento. Ah, mas nunca é tão bom quanto parece…
A Adasa (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico) anunciou aumento da tarifa em 2,99%, a partir de 1 de junho. A Caesb queria ainda mais, cerca de 10%, alegando necessidade de compensar prejuízo financeiro causado pela racionamento, com a redução do consumo.
O que demonstra a contradição na gestão da água no DF. A redução do consumo era uma meta, e deve ser algo permanente. Os brasilienses devem se educar a gastar menos água, mesmo! A usar de forma mais consciente e responsável esse recurso natural, que não é infinito. Mas para a Caesb não foi um bom negócio. Deixou de ganhar dinheiro.
Depois do que passamos, não podemos voltar à velha lógica comercial da gastança de água. O planejamento e a gestão dos recursos hídricos devem ser diferentes e o comportamento dos consumidores também. A Adasa é um órgão, em tese, independente do GDF. O governador Rodrigo Rollemberg aparentou ter sido surpreendido com o o reajuste da tarifa e acionou a Procuradoria do DF para tentar recorrer e impedir a execução da decisão da Adasa. Vamos aguardar o desfecho.
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