Patricionado
Patricionado
A cidade mais antiga entre as regiões administrativas, com 159 anos, realiza uma das maiores celebrações católicas do Distrito Federal. Até amanhã, domingo, 9 de junho, Planaltina vive a 137ª edição da Festa do Divino Espírito Santo
Neste sábado, 8, foi realizada, na Praça São Sebastião, a Missa da Alvorada da Folia de Rua, celebrada por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A Festa do Divino une elementos culturais com religiosidade e é a segunda maior celebração local da Igreja Católica na cidade. A primeira é a Via-Sacra, realizada no Morro da Capelinha,
na Páscoa. Patrimônio Cultural Imaterial do DF pelo Decreto nº 34.370, de 17 de maio de 2013, a Festa do Divino recorda a descida do Espírito Santo sobre os 12 apóstolos de Jesus Cristo, em Pentecostes, sete semanas depois da Páscoa.
O evento ocorre por 10 dias no período que precede a Solenidade de Pentecostes. Durante esse período, Planaltina toda respira e vive a celebração, sendo realizada ao mesmo tempo em todas as paróquias da cidade. No primeiro dia da novena, ocorre a Bênção das Divisas. A Divisa do Divino é uma insígnia com uma medalha do Espírito Santo e fitas correspondentes aos cargos exercidos. As divisas são entregues aos foliões, que são aqueles devotos que doaram seu trabalho e dedicação para a realização da festa.
A COROA E A BANDEIRA
Durante os nove dias de novena, são oferecidas fartas distribuições de comida após as missas nas casas dos devotos que abrem suas portas para receberem a Coroa e a Bandeira do Divino, que percorrem as ruas da cidade em cortejo. Na casa anfitriã, toda a comunidade se reúne para realizar a Novena em Família.
“Fico muito emocionado com essa celebração todos os anos. Sou da cidade, cresci participando. É uma tradição da minha família, que faz parte da história dessa cidade, como tantas outras famílias que se empenham em manter a chama de fé e da cultura regional sempre viva”, conta Tiago Correia, que todos os anos contribui para a realização do evento.
Na véspera de Pentecostes neste sábado, no início da manhã, é celebrada a Missa da Alvorada, na qual os devotos são enviados, pela Luz do Espírito Santo, sob a proteção de Nossa Senhora, a percorrerem as ruas da cidade levando a Bandeira do Divino, juntamente com a Coroa a todos aqueles que pedem sua passagem.
O Imperador carrega a coroa , missão especial assumida por Aureliano Guimarães apoiado por Larissa Guimarães. Carregar a bandeira é importante papel do Folião de Rua , desempenhado por Miguel Eça acompanhado de Andrea Eça.
A cada casa que se pede parada, é oferecido um farto café àqueles que com fé e devoção lotam as ruas da cidade louvando e agradecendo o Divino Espírito Santo pelas graças recebidas, formando assim o Giro da Folia de Rua.
No início da tarde, os devotos de todos os bairros de Planaltina, juntamente com os cavaleiros da Folia de Roça, se encontram na Praça da Igreja Matriz para ali celebrar o Encontro das Bandeiras. Após esse momento, é oferecido um almoço aberto ao público pelo Imperador e pelo Folião de Rua, na Praça São Sebastião, onde milhares de devotos confraternizam.
Após a missa no último dia de novena, acende-se a fogueira que representa a Vigília dos Apóstolos e levanta-se o Mastro que representa a Descida do Espírito Santo. A fogueira permanece acesa a noite toda, representando a vigília dos apóstolos na véspera de Pentecostes. O Mastro simboliza que a cidade está em festa e indica que aquela cidade onde ele está levantado é do Divino Espírito Santo.
O Domingo de Pentecostes, ápice da festa, é coroado pelo Tradicional Cortejo Imperial, em que todo o Império do Divino percorre as ruas do Setor Tradicional, desde a casa do Imperador até a Igreja Matriz, onde, solenemente, se celebra a Missa do Imperador para o encerramento. Sábado e domingo são realizados cafés, as missas, shows religiosos e culturais com barraquinhas de comida também.
A chegada a Planaltina
Segundo registro histórico, a primeira Festa do Divino em Planaltina foi no ano de 1882, sob a regência da Imperatriz Auta Carlos de Alarcão. Ela trouxe da cidade de Niquelândia, Goiás, uma coroa fundida em latão, para que se começasse a devoção ao Divino Espírito Santo no então Arraial de São Sebastião de Mestre D’Armas, hoje, Planaltina.
A comemoração de Pentecostes foi tão cativante, que fez brotar devotos, ganhando corpo e solidez, se tornando uma das maiores Festas do Divino no país, adquirindo uma estrutura singular com manifestações culturais específicas que foram passadas de geração a geração até os dias de hoje.
Todos podem participar – Veja a programação:
Nenhum comentário