Lista de desejos

Não era possível imaginar o que viria…
Saudades de andar por aí, aproveitando as cores do mundo, sem máscara, sem dúvidas, sem medo…

A gente era feliz – e sabia.

De repente o vento mudou e a tempestade tomou de assalto nossa liberdade, nossa paz, nossa saúde. O planeta inteiro numa guerra insólita contra um inimigo invisível. Um vírus que abalou o mundo em pleno século XXI, um adversário que não segue roteiro. Invade, ocupa e mata.

Quem adoece caminha à beira do precipício, encarando a morte e a solidão, de olhos vendados, sem saber se o próximo passo, ou o próximo dia, pode ser fatal.

Isso me levou a uma lista infindável de desejos para o ano novo, como se a mágica da simples mudança de datas pudesse provocar uma revolução.

Não custa pedir. Desejo saúde antes de tudo, e pra todos. Que venha logo a vacina!

Que a vida seja leve, que a gente saiba valorizar o que realmente importa, que aprenda a cuidar melhor do nosso mundo, da natureza e especialmente das outras pessoas – próximas ou desconhecidas.

Que a gente não encare as desigualdades como algo natural e que possamos mudar o que nos parece injusto.

Que os corações se abram para a tolerância, para mais compreensão e solidariedade. Que saibamos agradecer mais e lamentar menos.

Que a gente valorize cada vez mais a ciência e renda homenagens aos pesquisadores e profissionais de saúde – que merecem as condecorações de grandes heróis dessa guerra.

E que em 2021 a gente possa desfrutar da paz e do prazer dos reencontros. Um ano de abraços permitidos, sorrisos liberados, saúde excessiva e alegria desmedida.