Mexeu com Brasília, mexeu comigo!

Quem me conhece sabe que não há nada mais verdadeiro do que isso. Compro briga imediatamente quando é pra defender a minha cidade, ainda mais quando a crítica é infundada e preconceituosa. Sei que compartilho esse sentimento com a grande maioria dos moradores daqui, cansados da visão distorcida propagada pelo resto do país.

O colunista do jornal O Globo, Ancelmo Gois, deu a notícia que o turismo cresceu 4,4% em Brasília e com sarcasmo perguntou: com todo respeito… o que será que um turista faz em Brasília?

Talvez ele não tenha se dado conta, mas Brasília atrai os olhares do mundo inteiro por sua arquitetura absolutamente original e pelo plano urbanístico revolucionário de Lucio Costa. As pessoas podem gostar ou não, mas nunca podem afirmar que viram algo parecido.

Que eu saiba, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) não sai por ai incluindo cidades aleatoriamente na lista de Patrimônio da Humanidade. E Brasília integra este seleto grupo há trinta anos, além de ter sido o primeiro bem cultural do século XX a ser incluído na lista de lugares de valor universal excepcional.

Bem, se isso ainda é pouco, vamos falar de horizonte. Construções de seis andares nos possibilitam ter a vista privilegiada do céu pra onde quer que se olhe. E nos proporcionam espetáculos de tirar o fôlego, com uma paleta de cores inacreditável a cada por do sol. Cidade céu!

Temos prédios erguidos sobre pilotis, que permitem ao pedestre a liberdade de escolher o caminho que quiser, e garantem a noção clara e democrática de que o nosso chão pertence a todos. Cidade livre!

Como numa sinfonia, temos escalas, o ritmo e as pausas, que são as imensas áreas verdes que nos conferem saúde e leveza na melodia diária. Cidade parque!

E mais importante do que qualquer outra coisa, somos uma cidade feita de gente. Gente que trabalha, que se diverte, que ama, que sofre, que luta e que vive cada segundo nessa cidade inventada, planejada, mais pulsante do que nunca, que abraça e acolhe quem vem de fora. Uma síntese do Brasil, misturando culturas, hábitos, sotaques e crenças, fazendo nascer uma cultura própria resultado dessa mistura rica e diversa. Cidade gente!

Esse manifesto não é apenas meu e da Samanta Sallum. Somos vozes a ecoar um sentimento de dor e indignação que bate em todas as pessoas que moram no Distrito Federal e são ofendidas pela forma como o nosso quadrado é achincalhado. Agora nós, do Olhar Brasília, lançamos essa campanha #mexeucombrasiliamexeucomigo.

Eu digo e repito, sou brasiliense sim, com muito orgulho!!!