Ver e registrar

Convidado: Alan Marques é mestre em Comunicação pela UnB e há 25 anos trabalha como jornalista e fotógrafo em Brasília.

Sou fotógrafo e vivo da luz. Por isso, caminhar por Brasília encanta-me pelo brilho e pelas formas. Ah, mas tem um lugar por aqui onde a mágica acontece. Onde o sol se junta às sombras das árvores para acolher crianças, cachorros e atletas de todos os tipos. Um lugar tão querido e tradicional que dá mais vida e cor para a capital federal. Não é à toa que esse local tão cheio de predicativos tem o composto com sobrenome tão nobre “Parque da Cidade Sarah Kubitschek”.

É nele que Brasília vibra às 6h com os sons dos passos largos dos esportistas à procura da boa forma ou apenas de mais saúde. Seus 4,2 km2 de área, com lagos artificiais, parques de diversões, centro hípico e quilômetros de pistas para patinação e ciclismo, recebem todos sem classificar ou desclassificar.

É lá, basta chegar e aproveitar.

Agora, a minha relação com ele é diferente porque ali acontece uma brincadeira imaginativa entre luz e sombras. Desde os tempos que ainda tinha tamanho para brincar no foguete do parquinho Ana Lídia e até hoje quando faço a minha caminhada semanal em direção aos 50 anos, o espetáculo se forma nos meus olhos pelos raios que dançam pelas folhas e pelos troncos das árvores. É coisa de fotógrafo este amor que sinto pelo Parque da Cidade. Nele, eu vejo foto em tudo. O espetáculo está no mais remoto canto de sua área, onde, na minha cabeça, até o seco ar de Brasília e a vegetação contorcida do Cerrado dão show em um balé harmônico com as criaturas e suas fotogenias.